Aniversário

Manifesto lembra os sete anos sem o Sete de Abril

Atividade promovida pela Amasete contou com apresentação de monólogo na Esplanada dos Artistas

Carlos Queiroz -

Na manhã deste sábado (02), a apresentação do monólogo As horas, da Você Sabe Quem Companhia de Theatro, marcou o manifesto em favor da reabertura do Teatro Sete de Abril, fechado desde 2010. A atividade Aplauso fora do Sete, que lembrou o aniversário de 184 anos desta casa de espetáculos, foi promovida pela Associação Amigos do Theatro Sete de Abril (Amasete) e ocorreu na Esplanada dos Artista em frente ao teatro.

A direção da entidade se diz frustrada com o processo burocrático que se estende pelos últimos cinco anos e tem adiado a tão esperada reforma e, posterior, reabertura do Sete de Abril. "O poder público não tem dado respostas suficientes", falou o presidente da entidade, Daniel Barbier.

Uma das preocupações da Amasete é com relação a uma possível parceria do poder público com a iniciativa privada em uma nova forma de gestão deste equipamento. "O ministro da Cultura, recentemente, falou que é favorável as PPP´s. Desconfiamos que essa burocracia congele o restauro para que o teatro seja encaminhado à privatização", disse Anne Fernandes, vice-presidente da Amasete.

Para o músico e também diretor da entidade Leandro Maia isto seria um retrocesso aos sistema nacional de cultura. "Não podemos aceitar um processo de privatização sem um diálogo com a sociedade. A Amasete preza por manter o Sete público, preza pela sua função social", comentou o músico.

Estes sete anos de silêncio acarretam um dano cultural impossível de mensurar afirma Barbier. "Temos uma gurizada que nunca colocou os pés no teatro, além das novas organizações de artes da cidade que não sabem o que é se apresentar em um teatro", comentou.

Leandro Maia é um dos que lamenta nunca ter tido a chance de levar qualquer produção sua para o Sete de Abril. A própria Você Sabe Quem Companhia de Theatro formada há quatro anos por egressos, a maioria de fora do município, do curso de Teatro da Universidade Federal de Pelotas também não teve essa oportunidade.

"Fizemos a primeira mostra de Teatro Independente na Bibliotheca Pública Pelotense e nos apresentamos em teatros de outras cidades, mas aqui a companhia nunca se apresentou em teatro", conta o diretor Diego Carvalho, que é de Porto Alegre.  O monólogo apresentado neste sábado teve direção de Thalles Echeverry e Aline Cotrin no elenco.

Processo
Em 19 de outubro foi enviada para avaliação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a planilha atualizada do projeto de restauro, segundo o secretário de Cultura, Giorgio Ronna. Por telefone, Ronna se manifestou sobre o temor da Amasete com uma possível privatização. "Isso não existe", falou.

Em declarção, Ronna afirmou categoricamente: "Assim como outros boatos irresponsáveis que devem esclarecer de tempos em tempos, como exemplo o prédio do Sete ser transformado em estacionamento, a prefeitura nunca cogitou, não cogita, e não cogitará a privatização do nosso Theatro Sete de Abril".

Valores
Inicialmente calculado em R$ 9,5 milhões, o restauro passou a custar R$ 20 milhões, quando projetado pela empresa porto-alegrense Solé Associados, e agora foi atualizado para R$ 15 milhões. Destes, R$ 9 milhões estão sendo pleiteados junto ao Ministério das Cultura (MinC), via PAC Cidades Históricas (PAC CH), para obras civis (ações estruturais). 

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